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Prefeitos e empresários defendem a construção das usinas Garabi e Panambi no rio Uruguai
Quinta, 05 de Setembro de 2019 às 14:00
Um encontro realizado nesta quarta-feira, em Santa Rosa, marcou a retomada da luta de municípios da Fronteira-Noroeste pela construção de duas hidrelétricas no rio Uruguai. Os estudos de viabilidade do projeto binacional Garabi-Panambi, entre Brasil e Argentina, estão interrompidos desde 2014, por ordem judicial alegando possíveis danos sociais e ambientais. As informações são de matéria publicada no jornal Correio do Povo.

O presidente da Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa e prefeito de Tuparendi, Leonel Petry, diz que a entidade emitiu procuração à empresa DGE Energias Renováveis para que represente a região perante o governo federal e o Tribunal Regional Federal com informações técnicas sobre os empreendimentos.

Representantes da empresa estiveram reunidos com empresários e políticos na Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (Acisap) de Santa Rosa. “Queremos a retomada dos estudos. Se não mostrarem a viabilidade, tudo bem, mas precisamos deles. As barragens devem trazer crescimento econômico para a região”, diz o prefeito.

O diretor da DGE, Valter Cardeal, afirma que é preciso superar percalços políticos para a execução do projeto. “Com a experiência que temos em empreendimentos como este no Brasil, sabemos que se não fossem questões políticas isso estaria concluído”. Os prefeitos mobilizam outras associações de municípios, como da região Celeiro e das Missões. Buscam também apoio do meio empresarial por meio da Acisap, onde ocorreu o encontro desta quarta-feira. No próximo dia 17, prefeitos têm agenda com o governador Eduardo Leite.

O projeto binacional prevê a construção das usinas Garabi e Panambi nos municípios de Alecrim e Garruchos, na fronteira com a Argentina, com capacidade de produção de 2.200 megawatts. O investimento nas obras deve ser de R$ 4 bilhões, prevendo empregar 10 mil trabalhadores. Cidades como a gaúcha Porto Mauá e a argentina Alba Posse seriam alagadas. As barragens desalojariam 12,6 mil pessoas.

Em 2014, o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) apresentou documento ao Ministério do Meio Ambiente, Ibama e Ministério Público Federal alegando que foram identificadas irregularidades e falta de informações no Estudos de Impacto Ambiental do empreendimento. Isso motivou a intervenção da Justiça no processo.

O documento destaca que o rio Uruguai já estaria comprometido em relação à sua capacidade de suporte dos processos ecológicos que garantem a qualidade ambiental. Outros empreendimentos já trariam reflexos na qualidade e oxigenação da água, com prejuízos para a fauna e flora. A preocupação estende-se ao Parque Estadual do Turvo, onde fica o Salto do Yucumã (foto acima) e que seria atingido pela água de uma das barragens.



 
Fonte: Correio do Povo ?(Foto: Parque Estadual do Turvo/Divulgação)
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