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Uma pessoa é presa em operação da PF que investiga conflito entre indígenas
Quinta, 01 de Dezembro de 2022 às 08:20
Três suspeitos investigados por tentativa de homicídio foram identificados
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quarta-feira (30), quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul. A operação faz parte da investigação de crimes decorrentes de conflito na aldeia indígena Pinhalzinho.

Três suspeitos investigados por tentativa de homicídio foram identificados. Além do que foi preso, dois estão foragidos.

Segundo a PF, indígenas contrários ao atual cacique da Terra Indígena Nonoai teriam invadido uma residência na aldeia Pinhalzinho e agredido moradores favoráveis ao cacicado com paus e golpes de facão. A investigação aponta que o grupo dos indígenas agressores havia declarado independência da terra indígena Nonoai, aumentando os conflitos na região.

A operação contou com o apoio da Brigada Militar e da Força Nacional de Segurança Pública.

Histórico

Em novembro de 2021, um homem de 23 anos foi assassinado a tiros durante uma manifestação na cidade. Elizeu Pedroso, integrante da comunidade de Pinhalzinho, teria sido morto em conflito com integrantes da aldeia Bananeiras.

A Terra Indígena Nonoai tem 16 mil hectares de extensão, compreendendo os municípios de Nonoai, Gramado dos Loureiros, Planalto e Rio dos Índios.

Recorde de confrontos

O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de conflitos entre indígenas relativos a direitos territoriais. Os dados foram divulgados em agosto em relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foram 27 casos em 2021, o que corresponde à 23% do total em todo o Brasil.

O arrendamento ilegal de terras para plantio de soja e outros grãos é o principal motivo de conflitos nas reservas. Segundo o coordenador do Cimi Regional Sul, Roberto Liegbott, a terra indígena é um bem da União destinado para o usufruto exclusivo das comunidades autóctones.

“Como você tem no ambiente externo uma série de interessados na exploração econômica das terras, há um processo de aliciamento de algumas lideranças que cedem, então, a essa possibilidade, ofertando seu território à exploração econômica”, comenta.

O documento aponta ainda 114 casos de violência ou violação dos direitos indígenas em 2021 no RS. O estado é sexto do país que registrou mais mortes, com sete óbitos.

O RS é o terceiro estado com maior número de territórios indígenas. São 78 locais, 58% deles classificados como “sem providência”, ou seja, terras reivindicadas pelas comunidades indígenas sem nenhuma providência administrativa para sua regularização.
Fonte: G1
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