Um ataque a tiros em Gravataí, na Região Metropolitana, deixou uma mulher morta e oito pessoas feridas por volta das 18h deste domingo (21). Segundo a Brigada Militar, suspeitos invadiram um campo de futebol, logo após uma partida, e atiraram contra quem estava no local, na Rua Três Estrelas, no bairro Santa Cruz.
— Criminosos chegaram a pé, por um beco, e atiraram a esmo, atingindo nove pessoas — relatou o comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Eduardo Amorim, em entrevista ao programa Faixa Especial, da Rádio Gaúcha.
Nove pessoas foram baleadas e socorridas a um hospital da região. No entanto, uma mulher morreu durante atendimento médico. A vítima foi identificada como Maiara Lemes da Silveira, 20 anos.
Dos feridos, dois passaram por cirurgia, e outros seis estariam estáveis, sem correr risco de morrer.
Segundo o delegado regional da Região Metropolitana, Rodrigo Bozzetto, o alvo dos atiradores estava no grupo, que havia participado do jogo de futebol.
— Preliminarmente, trabalhamos com a linha (de investigação) que havia apenas um alvo a ser atingido pelos autores dos disparos — diz Bozzetto, acrescentando que o alvo dos criminosos já foi vítima de outras “três ou quatro tentativas de homicídios”.
Ainda segundo o delegado, o motivo para o ataque “seria uma disputa do mundo do crime”. A Polícia Civil investiga o caso.
O ataque ocorreu após uma partida do campeonato municipal de futebol de Gravataí, entre as equipes do Três Estrelas e do Bola Bola. Uma pessoa ligada ao Três Estrelas, que pediu para não ter o nome divulgado, afirma que jogadores dos dois times, parentes deles e pessoas da comunidade estavam preparando um churrasco e confraternizando.
— Quando houve os tiros, achei que fossem bombinhas, e aí me puxaram para baixo. Saí correndo para procurar minha filha. Foi apavorante. Não tem explicação. Ali não dá briga, não acontece nada, é um local agradável para passar um domingo — contou.
Segundo a testemunha, há entre os feridos dois jogadores do Três Estrelas. A jovem que morreu é uma moradora da região, que havia ido ao campo para assistir ao jogo.
Eduardo Silva, tio da vítima, inconsolável, questiona a situação de insegurança:
— Quantas Maiaras terão que morrer? Eu queria entender porque o Estado não toma providência já que todos sabem onde ficam os traficantes. Qual é a dificuldade se todos sabem quem comanda o tráfico?
O velório de Maiara será no Cemitério da Paz, na zona leste de Porto Alegre.