O crime de Rozalba: Poderia ter sido comigo, diz grávida abordada em Tijucas/SC
Sábado, 12 de Setembro de 2020 às 09:15

Ainda muito assustada, Maria* tem dificuldades para dormir e não consegue ficar sozinha. Após o crime que chocou Santa Catarina e tirou a vida de uma mulher grávida em Canelinha, na Grande Florianópolis, a jovem tampouco saiu de casa.
"Se as semanas tivessem batido, poderia ter sido comigo", disse a mulher de 19 anos, grávida de sete meses na sala da casa de sua mãe, em Tijucas, na Grande Florianópolis.
A notícia do crime colocou medo na família que não quer se identificar, já que Maria foi uma das abordadas por Rozalba Maria Grime durante o período em que procurava uma vítima.A futura mãe de primeira viagem é uma das três mulheres ouvidas durante as investigações do homicídio triplamente qualificado no dia 27 de agosto.
O delegado Paulo Alexandre Freyesleben e Silva acredita que ao longo dos próximos dias mais grávidas poderão ser ouvidas. A Polícia Civil acredita que mais de 10 mulheres foram assediadas pela acusada e presa pelo crime.
Conversas em redes sociais encontradas no celular de Rozalba mostram a acusada de matar uma gestante com um tijolo mantendo contato outras mulheres em gestação. As perguntas e conversas eram sempre as mesmas: tempo de gravidez, gênero da criança esperada e cidade em que morava.
Maria recebeu o pedido de amizade de Rozalba em uma rede social no dia 24 de agosto. Com muitos amigos em comum, a jovem aceitou o convite e, no mesmo dia, a acusada respondeu uma interação da grávida.
"Eu tinha postado uma foto da minha barriga e ela respondeu perguntando se eu tava grávida de quantas semanas, se era menino ou menina" disse a jovem que chegou a conversar, mas com a abordagem insistente da mulher a incomodou."Não dei muita bola para ela, achei estranho e não respondi", disse.
Nas redes sociais, Rozalba adotou um comportamento de futura mãe. Compartilhava informações sobre gravidez e chegou a fazer uma rifa para arrecadar fraldas. "Eu achava que ela tava grávida, tinha um monte de coisas sobre isso", contou a jovem.
Outra mulher ouvida pelo delegado Paulo solicitou acompanhamento psicológico. Moradora de Brusque, a grávida estudou com Rozalba na infância, mas se mudou de Canelinha. Pelas redes sociais, as amigas conversavam e trocavam informações sobre a gestação.
"Essa ficou em pânico. A Rozalba conversou com ela depois do crime e essa podia ter sido a vítima", disse o delegado.
Amigos esperavam nascimento do bebê
Além da interação com outras grávidas, a polícia descobriu o contexto em que o crime ocorreu. Por meio de mensagens, trocadas na semana do crime, familiares e amigos questionaram a data do parto e as semanas de gravidez. Em uma destas mensagens, Rozalba comentou que se a criança não chegasse até o dia 27, no dia seguinte uma cesariana estava marcada.
"Até mesmo de uma forma carinhosa as pessoas perguntavam sobre as dores do parto e a previsão do nascimento. Ela comenta da cesária e diz que o médico já marcou", afirma.
Ministério Pública cita laudo de exame de Rozalba
Em um documento anexado ao processo, o Ministério Público menciona um laudo feito pelo IGP (Instituto Geral de Perícias) após um exame no dia do depoimento de Rozalba.O texto que a Secretaria de Saúde Municipal de Canelinha foi procurada e informou que não haviam informações sobre consulta de pré-natal ou exames de gravidez da acusada.
Acusada tentou forjar documento
Policial Civil há 15 anos, Leandro Pedro Rodrigues contou à reportagem do nd+ que encontrou mensagem no celular de Rozalba que comprovam que ela tentou "esquentar um documento de grávida".
Ela se aproximou de uma grávida de Canelinha que trabalhava com ela e solicitou fotos da carteira de gestante.
Depois, ela entrou em contato com o posto de saúde solicitando o mesmo documento alegando que havia uma consulta marcada no Hospital Carmela Dutra, em Florianópolis.
"Ela disse tinha cópias dos exames que fez no posto de saúde e perdeu o documento. Mas ela não consegue, porque no posto de saúde eles percebem que não bate e negam a carteira", disse Leandro.
Mensagens apagadas
Na investigação preliminar no celular de Rozalba, a polícia percebeu que a acusada apagou várias mensagens, inclusive as conversas entre ela e a vítima.
Segundo o delegado Paulo, as conversas estão no celular da vítima, já que a mulher não conseguiu descobrir a senha. O aparelho eletrônico foi encontrado na casa do casal suspeito do crime um dia após o homicídio.
Os celulares estão no IGP (Instituto Geral de Perícias). A Polícia aguarda o documento para entender melhor a dinâmica do crime, a participação do companheiro, Zulmar Schiestl, de 44 anos, e a premeditação do homicídio.
Até o momento, a Polícia Civil descarta a chance de uma terceira pessoa no crime.
Foto: Anderson Coelho/ND+
"Se as semanas tivessem batido, poderia ter sido comigo", disse a mulher de 19 anos, grávida de sete meses na sala da casa de sua mãe, em Tijucas, na Grande Florianópolis.
A notícia do crime colocou medo na família que não quer se identificar, já que Maria foi uma das abordadas por Rozalba Maria Grime durante o período em que procurava uma vítima.A futura mãe de primeira viagem é uma das três mulheres ouvidas durante as investigações do homicídio triplamente qualificado no dia 27 de agosto.
O delegado Paulo Alexandre Freyesleben e Silva acredita que ao longo dos próximos dias mais grávidas poderão ser ouvidas. A Polícia Civil acredita que mais de 10 mulheres foram assediadas pela acusada e presa pelo crime.
Conversas em redes sociais encontradas no celular de Rozalba mostram a acusada de matar uma gestante com um tijolo mantendo contato outras mulheres em gestação. As perguntas e conversas eram sempre as mesmas: tempo de gravidez, gênero da criança esperada e cidade em que morava.
Maria recebeu o pedido de amizade de Rozalba em uma rede social no dia 24 de agosto. Com muitos amigos em comum, a jovem aceitou o convite e, no mesmo dia, a acusada respondeu uma interação da grávida.
"Eu tinha postado uma foto da minha barriga e ela respondeu perguntando se eu tava grávida de quantas semanas, se era menino ou menina" disse a jovem que chegou a conversar, mas com a abordagem insistente da mulher a incomodou."Não dei muita bola para ela, achei estranho e não respondi", disse.
Nas redes sociais, Rozalba adotou um comportamento de futura mãe. Compartilhava informações sobre gravidez e chegou a fazer uma rifa para arrecadar fraldas. "Eu achava que ela tava grávida, tinha um monte de coisas sobre isso", contou a jovem.
Outra mulher ouvida pelo delegado Paulo solicitou acompanhamento psicológico. Moradora de Brusque, a grávida estudou com Rozalba na infância, mas se mudou de Canelinha. Pelas redes sociais, as amigas conversavam e trocavam informações sobre a gestação.
"Essa ficou em pânico. A Rozalba conversou com ela depois do crime e essa podia ter sido a vítima", disse o delegado.
Amigos esperavam nascimento do bebê
Além da interação com outras grávidas, a polícia descobriu o contexto em que o crime ocorreu. Por meio de mensagens, trocadas na semana do crime, familiares e amigos questionaram a data do parto e as semanas de gravidez. Em uma destas mensagens, Rozalba comentou que se a criança não chegasse até o dia 27, no dia seguinte uma cesariana estava marcada.
"Até mesmo de uma forma carinhosa as pessoas perguntavam sobre as dores do parto e a previsão do nascimento. Ela comenta da cesária e diz que o médico já marcou", afirma.
Ministério Pública cita laudo de exame de Rozalba
Em um documento anexado ao processo, o Ministério Público menciona um laudo feito pelo IGP (Instituto Geral de Perícias) após um exame no dia do depoimento de Rozalba.O texto que a Secretaria de Saúde Municipal de Canelinha foi procurada e informou que não haviam informações sobre consulta de pré-natal ou exames de gravidez da acusada.
Acusada tentou forjar documento
Policial Civil há 15 anos, Leandro Pedro Rodrigues contou à reportagem do nd+ que encontrou mensagem no celular de Rozalba que comprovam que ela tentou "esquentar um documento de grávida".
Ela se aproximou de uma grávida de Canelinha que trabalhava com ela e solicitou fotos da carteira de gestante.
Depois, ela entrou em contato com o posto de saúde solicitando o mesmo documento alegando que havia uma consulta marcada no Hospital Carmela Dutra, em Florianópolis.
"Ela disse tinha cópias dos exames que fez no posto de saúde e perdeu o documento. Mas ela não consegue, porque no posto de saúde eles percebem que não bate e negam a carteira", disse Leandro.
Mensagens apagadas
Na investigação preliminar no celular de Rozalba, a polícia percebeu que a acusada apagou várias mensagens, inclusive as conversas entre ela e a vítima.
Segundo o delegado Paulo, as conversas estão no celular da vítima, já que a mulher não conseguiu descobrir a senha. O aparelho eletrônico foi encontrado na casa do casal suspeito do crime um dia após o homicídio.
Os celulares estão no IGP (Instituto Geral de Perícias). A Polícia aguarda o documento para entender melhor a dinâmica do crime, a participação do companheiro, Zulmar Schiestl, de 44 anos, e a premeditação do homicídio.
Até o momento, a Polícia Civil descarta a chance de uma terceira pessoa no crime.
Foto: Anderson Coelho/ND+
Fonte: ND+
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