Duas pessoas de Iraí foram presas na manhã de ontem, 8, por suspeita de participação em uma organização criminosa especializada em desviar e furtar cargas de grãos. As prisões preventivas foram cumpridas durante a realização da segunda fase da operação NPR, promovida pela Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas (DRFC), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).

Segundo informações da Polícia Civil (PC), o grupo criminoso do qual fazem parte os iraienses atuaria desviando cargas

– Originalmente calcada em 12 fatos, a operação NPR verificou que a estrutura criminosa pratica este tipo de crime há muitos anos, com inúmeros casos relatados, sempre com o mesmo modus operandi: motoristas de caminhão são aliciados pelo bando, o qual os destina para efetuar carregamentos lícitos de cargas de soja. Após o carregamento, a carga é desviada de seu destino final, sendo efetivada a troca das notas fiscais originais por notas de produtor rural ("frias"), de maneira a conferir licitude à carga e proporcionar posterior revenda a terceiros – afirma a PC, em nota..

De acordo com a investigação, os presos em Iraí possuíam um silo de armazenagem de grãos, estrutura que seria usada como entreposto, no qual as cargas e as notas fiscais seriam trocadas. "Eram os entrepostos entre a origem licita e o destino final", diz a PC.

Mandados em FW

Além dessas prisões, a operação NPR cumpriu mandados de busca no município iraiense e também em Frederico Westphalen, contra indivíduos que emitiriam notas de produtor rural supostamente sem lastro, contribuindo para o êxito da quadrilha. Um outro indivíduo, já integrante do sistema prisional, também teve um mandado de prisão preventiva expedido em seu nome.

Um outro homem ainda foi preso em Xanxerê (SC). Segundo a PC, ele trabalhava em uma oficina de reparo de freios de caminhão, aproveitando-se da proximidade com os caminhoneiros para aliciar os motoristas a participarem do esquema. As ações desta terça-feira se somaram à primeira etapa da operação NPR, realizada no fim de outubro, quando quatro pessoas foram presas. A estimativa da PC é que o esquema esteja operando há mais de 10 anos.