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Homens usaram escada, pularam muros e levaram choques para salvar idosa de incêndio
Terça, 27 de Abril de 2021 às 07:48
"Na hora, tu não pensas, só fui e tentei ajudar". É assim que o gesseiro autônomo Gilberto Rocha, 38 anos, definiu o resgate de uma vizinha de 85 anos de uma casa em chamas, no bairro Cidade Nova, em Caxias do Sul. A moradia da idosa pegou fogo na manhã desta segunda-feira (26) na Rua Armando Salvador. Gilberto e o cunhado Jackson Laurindo, 36, pularam dois muros com cerca elétrica para alcançar os fundos da residência e retirar a idosa.

Gilberto conta que estava em casa quando ouviu os gritos. Da laje de sua casa, o gesseiro viu um botijão de gás soltando labaredas que atingiam o teto da residência vizinha.

— Acredito que era uma estufa e o gás estava vazando. Tentamos ir pela frente com um extintor do carro, mas não tinha como, as chamas haviam se alastrado. Decidimos dar a volta pelos fundos da minha casa. Usamos uma escada e pulamos dois muros com cerca elétrica do vizinho. Levamos uns três ou quatro choques, mas encontramos a vizinha na parte de trás e chamamos ela para o canto do muro. Conseguimos usar a escada de madeira para trazer ela para minha casa — relata.

O gesseiro acredita que toda a ação durou cinco minutos. Com uma mangueira, eles começaram a molhar o teto da moradia de outro vizinho para evitar que as chamas se alastrassem.

— Foi tudo muito rápido. O incêndio tomou conta de tudo em meia hora. Os bombeiros chegaram em uns 10 ou 15 minutos, mas não teve jeito. A casa ficou totalmente destruída.

Após o ato heroico, Gilberto e o cunhado foram para o hospital, pois tinham respirado a fumaça e sentiam irritação na garganta. Eles receberam alta médica após exames. A vizinha de 85 anos teve uma crise nervosa, mas passa bem. Sobre o resgaste, o gesseiro afirma que suas ações foram naturais e que nunca se imaginou em uma situação como esta.

— Teve um outro princípio de incêndio num churrasco de família, que pegou num carro. Naquele dia, não tive ação. Foram outros que apagaram. Hoje, não. Foi tudo muito espontâneo. Quando se trata de vida é diferente. Tu não pensa, só vai e faz. A cerca elétrica estava ligada, tomamos os choques, mas passamos rápido. Na hora, não importou. Só pensávamos em chegar até ela. Graças a Deus, ela está bem com a família dela. Que bom que conseguimos ajudar — comemora.

A reportagem não conseguiu contatar a idosa e seus familiares.
Fonte: Gaúcha ZH,Foto: Jackson Cardoso / Divulgação
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