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Polícia Federal tomou depoimentos de indígenas em Miraguaí
Quinta, 19 de Maio de 2022 às 10:50
Agentes atuaram na tarde de ontem na delegacia de Miraguaí
A Policia Federal esteve ontem, 18, em Miraguaí e se utilizou do espaço da Delegacia de Policia Civil para tomar depoimentos de indígenas. Os agentes não divulgaram os motivos das oitivas, no entanto, foi informado que trata-se de um processo de investigação envolvendo atos ocorridos dentro da Terra Indígena do Guarita.

A Polícia Federal é responsável pela investigação de possíveis crimes que tenham como foco a disputa de poder dentro da comunidade indígena. Já fazem alguns meses que os indígenas tem vivido sobre a égide de dois mandatários.

Carlinho Alfaiate, eleito em 2018, se considera cacique e diz que seu mandato tem duração até o final desse ano. Já Joel Ribeiro, foi eleito em dezembro de 2021, como vice cacique e com a prisão do titular que foi eleito, também defende que o cacicado lhe pertence.

Na verdade, ainda não há uma definição clara sobre quem é o cacique de fato da comunidade, estando os dois se apresentando como portadores do cargo. Informações de dentro da comunidade informam que cada um deles tem atuado em um território, ao lado de seus aliados, e mantido seu poder sobre tal. A situação ainda não tem qualquer expectativa de ser resolvida.

A Policia Federal e o Ministério Público Federal já receberam inúmeras denúncias e queixas sobre possíveis abusos cometidos pelos dois lados. Moradores que apoiam Carlinhos acusam os aliados de Joel de truculência, violência e ameaça. O mesmo vale para os moradores que apoiam Joel, que dizem também terem sidos ameaçados e agredidos por homens sob o comando de Carlinhos.

Mesmo a Polícia Federal não divulgando informações sobre os motivos da ação ocorrida ontem, tudo leva a crer que trate-se da apuração de algumas ocorrências registradas no últimos dias e que tem preocupado as autoridades.

A FUNAI já pediu a intervenção da Força Nacional, a exemplo do que já ocorre em outras Terras Indígenas no país, no entanto, até o momento o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou apenas uma operação rápida, como suporte para atuação de agentes fiscais dentro da comunidade, que apuravam o arrendamento ilegal de terras agricultáveis, ação que aconteceu entre outubro e novembro do ano passado.
Fonte: Jornal Província // Foto: Planeta FM
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