Voltar
BM apura origem de gravação que mostra presos em churrasco na Cadeia Pública de Porto Alegre
Terça, 29 de Outubro de 2019 às 08:30
A direção da Cadeia Pública de Porto Alegre investiga a origem de uma filmagem que mostra presos confraternizando e comendo churrasco dentro das dependências do presídio. Segundo o diretor, tenente-coronel Carlos Magno da Silva Vieira, a comemoração foi permitida — o que burla as regras é a gravação com uso de aparelhos celulares.

As imagens foram registradas no último domingo (27), mas as comemorações são em referência ao feriado de 12 de outubro. A data é uma das três escolhidas (além da Páscoa e do Natal) pela Cadeia Pública para conceder o direito de confraternização entre os detentos e seus familiares.

Na filmagem, os detentos preparam a carne embaixo de lonas para se protegerem da chuva. Em determinado momento, outro preso [além do que faz a gravação] aparece com um aparelho celular ao ouvido.

“Fazemos concessões que fazem parte da Lei de Execuções Penais”, diz o tenente-coronel Carlos Magno, citando os artigos 55 e 56, que versam sobre as recompensas aos presos que demonstrarem bom comportamento. “Naquele momento, a filmagem e o outro detento falando ao celular são os fatores problemáticos.”

Os presos não se preocupam em serem gravados. Um deles, além de fazer um sinal para a câmera, ainda mostra a preparação do churrasco.

A direção irá apurar como as imagens foram feitas e deve abrir um processo administrativo contra os detentos que aparecem na gravação. Além disso, promete suspender as comemorações de Natal e Páscoa.

“A gente vai cortar. Nas próximas datas, não vamos mais autorizar, para evitar essa situação”, afirma o tenente-coronel.

De acordo com o diretor, as celebrações em razão do Mês da Criança foram divididas por fins de semana, já que o espaço não comporta todos os detentos simultaneamente.

No domingo, segundo o diretor, havia 692 presos e seus familiares presentes no churrasco, o que equivale a mais de 1 mil pessoas em duas galerias.

“É um caso específico. A carne foi adquirida por eles, não foi o estado que deu. O estado só dá a comida preparada. A gente só dividiu [os dias de comemorações] por pavilhões e galerias”, diz Carlos Magno.

Ele assegura, ainda, que são feitas revistas diárias no penitenciária. Nas quintas-feiras, quando é feito uma busca geral nos presos e nas estruturas físicas. O principal objetivo é coibir o uso de telefone celular.

No entanto, ele faz uma ressalva ao uso de drones e alerta que este é um dos grandes problemas atuais na fiscalização. O diretor também salienta que o presídio fica em uma região urbana, com casas próximas, o que facilita o arremesso de aparelhos eletrônicos e drogas para dentro do presídio.

 
Fonte: G1
Imagens
Comentários